terça-feira, 26 de agosto de 2014

Calmaria Pós Quimio

Após a primeira Quimioterapia foram 6 longos dias, dias difíceis. Eu tinha na minha cabeça que eu poderia ser contemplada com a sorte de não ter vômito e que tiraria de letra todos as outras reações. Pois bem, pra começar vomitei antes mesmo que a aplicação fizesse 24 horas. Fiz na sexta, no sábado a noite fui pro PS porque eu não controlava o vômito. Tomei as medicações intra venosa e foi efeito imediato. Fui pra casa. O médico receitou Nausedron de 8 em 8 horas e amenizou, vomitei menos. Então, eis que as outras reações bateram em minha porta. Dor de cabeça, no pescoço como quando a pressão arterial está alterada pra mais que o normal 12/8, dor no corpo como se uma carreta tivesse passado por cima de mim, falta de apetite mas comia pouquinho, tomei muita água, água de côco que hidratava mas dava mais enjoo, fiquei tonta duas vezes e quase desmaiei, indisposição, na cama o tempo todo e quando levantava ficava tonta e não conseguia levantar a cabeça porque parecia que eu não aguentava o peso dela. Mamãe arrasou nas comidas leves, na hidratação e o Wagner trazia todos os dias mais côco e mais frutas e carinho também claro ♡♡♡ rsrs... Não dei conta de cuidar da Maria Alice e a Izabelle (sobrinha) cuidou dela com muito carinho. Falando em Izabelle, foi aniversário dela, 18 anos, eu me senti culpada, porcausa de mim ninguém teve clima pra festas, nem mesmo uma reuniãozinha rolou. Ano que vem espero recompensá-la. No quarto dia vomitei duas vezes, no quinto dia só uma vez e no sexto dia ficaram as náuseas e todo o resto com mais uma dor na costa, que só me deu trégua exatamente hoje. Preciso relatar que a tal Dacarbazina me deixou com o braço dolorido, o braço que passou toda a medicação da Quimio. Nossa até hoje se eu tocar sinto doloridinho. A dacarbazina é poderosa. Aliás a quimio "vermelha" é poderosa, porque eu hoje estou sem dor no peito, sem falta de ar, respiro normalmente e a tosse sumiu. Portanto, preciso descobrir quem foi que descobriu essas medicações, a combinação delas e pra que elas serviam, pra poder agradecer o gênio. O fato de não sentir mais aquela dor, nossaaaaa é maravilhoso.

Obrigada meu Deus, só tenho a agradecer por ter sido diagnosticada logo, por ser só no mediastino, por ter iniciado o tratamento, por ele estar sendo eficaz, por tudo e todos envolvidos nessa luta junto comigo!!

Gente, não foi fácil, em um momento no terceiro dia eu chorei. Só consegui pedir pra Deus que me desse forças. E Ele me deu. Sexta-feira, dia 29/08 tem denovo e eu só peço a Deus, forças!

"Não há vitórias sem lutas"

#byeHodgkin

sábado, 16 de agosto de 2014

1º Quimioterapia

Olá guerreiros, na última sexta-feira finalmente iniciei o tratamento.
Fui para o FCECON cedinho mas só comecei a receber as medicações 11:30 da manhã, os minutos passavam e eu ia ficando mais nervosa. O meu medo era só um: passar mal na hora da aplicação, mas graças a Deus foi tranquilo. O antialérgico deu sono mas não consegui nem cochilar.
Foram aplicados as 4 medicações em frascos diferentes, um por um. Quando menos esperei lá vem a enfermeira com a medicação vermelhinha (doxorrubicina) e como lá estavam todos sendo medicados só com a medicação branca então recebi a solidariedade de alguns pacientes e acompanhantes, com palavras de apoio, fé, esperança e sempre me lembrando que se meu cabelo realmente cair e eu ficar curada, então serei uma careca feliz! 
Mas quando veio a Dacarbazina é que o bicho pegou. A enfermeira acelerou e começou a doer e doeu muito. Não arde, dói mesmo. Parecia que estavam quebrando os ossos da minha mão, sem drama, era assim mesmo. Ai ela diminuiu o fluxo e pronto aliviou. Mas no finalzinho, os últimos 100 ml ardeu bastante. Quando finalmente acabou as 15:36 fui pra casa com a sensação de que tinha corrido uma maratona. Cansaço, sono, cabeça pesada. Consegui dormir mas durante a madrugada começou a sessão enjoo seguido de vômito. Gente vomitei o sábado inteiro. Achei que ia passar mas fui parar no Pronto Socorro. E aí sim, amenizou. Dormi melhor e no domingo eu estava muitoooooo enjoada e vomitei pouco. Hoje eu tou com dor na costa, náuseas, indisposta e o corpo pedindo cama. A sensação é de cansaço constante.
Bem, não é assim com todo mundo, tem gente que responde bem ao pós quimio, eu não tive essa sorte. Mas apesar de fraca tou aqui "firme e forte" caminhando para a cura.

Deus é mais e só nos dá a carga que conseguimos carregar.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Pet SCAN & ABVD

Cheia de alegria com as boas notícias!


E finalmente saiu o laudo do exame Pet scan. A doutora Adelaide me deu a notícia com sorriso no rosto de que o Linfoma não passou do mediastino, nada mais que essa área. Cresceu, na tomografia feita dia 06/05 o tamanho era 7,3 X 6,1 cm e hoje (3 meses depois) está com 9,6 X 7,4 cm, também pudera, até que fechasse esse laudo demoraram esses 3 longos meses, que pra mim mais pareceu uma eternidade. A demora foi grande, a ansiedade e nervosismo maior ainda, mas graças a Deus tive  boas notícias, o linfoma é o clássico como já havia postado anteriormente e ele se concentrou no mediastino. Essa imagem abaixo mostra o pet tc/scan



Na imagem 1: mostra os pontos pretos que é onde está a lesão (o Hodgkin)
Na imagem 2: mostra a luz vermelha brilhante em 3D onde está a lesão (o Hodgkin)

Observem que o lado da lesão não consegui levantar tanto o braço quanto o outro lado, porque é o lado da cirurgia e ficar quase 30 minutos na mesma posição, imóvel com o braço levantado foi complicado, a cicatriz doeu muitooo, mas passou, hoje só tenho a agradecer por todos esses meses fazendo exames, esperando, sentindo dor, remédios fortes, fígado e estômago sofrendo por isso e noites em claro pedindo a Deus que as próximas notícias fossem melhores e que meus dias fossem menos punk's e Ele com sua imensa graça me ouviu e tem sido bom comigo mesmo eu tendo sido malcriada por duas vezes depois desse diagnóstico, além do mais, quem é que se imagina acordar em um dia normal e receber um diagnóstico desse e ter que se olhar no espelho e SE DAR  a notícia: Eu estou com câncer! Até por que eu estou com ele, eu não o tenho, ele não é meu, ele não me pertence e já já vou dar tchauzinho pra ele. #byeHodgkin Falando nisso, doutora Adelaide determinou meu tratamento, a outra boa notícia, 4 ciclos (8 sessões de quimioterapia), de 15 em 15 dias, descanso 30 dias e 4 semanas de radioterapia todos os dias. LIGHT!! Uma vez que o tratamento geralmente são 6 ciclos e no caso dos agressivos são 8 ciclos. Ahhhh, e o meu tratamento será o Protocolo ABVD

O protocolo ABVD é constituído pelas drogas: Adriamicina (Doxorubicina), BleomicinaVimblastina e Dacarbazina. As quatro drogas constituintes do protocolo ABVD, são administradas por via intravenosa.

Cada uma delas com uma reação e efeito colateral no organismo e cada organismo responde ã sua maneira e a doutora Adelaide com todo seu carinho e bom humor tratou de me avisar: "Teu cabelo vai dar uma despencadinha!"
Sim, por essa quimio é a vermelha e a tal Dacarbazina é forte e dolorosa. Nem ligo eu já ia cortar meu cabelo mesmo kkkkkkkk... Mas que venha! Tou preparadíssima! Esses meses não passaram em vão, o meu Deus vem me preparando, sei que não vai ser fácil, mas é com Ele que eu vou de mãos dadas, até o fim.

"Não sei por quantas lutas irei passar, mas nunca estarei sozinha." Isaías 43.2

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Acessando

Hoje tive uma surpresa maravilhosa. Minha história, a história da minha luta contra o Linfoma foi publicada no Portal do Instituto Oncoguia. E assim chegando onde eu esperava, compartilhar experiências com pessoas que acabam de receber seu diagnóstico de câncer, que é um grande baque na vida de qualquer pessoa. Só tenho a agradecer o Instituto Oncoguia pelo carinho!

"O câncer chega arrancando sonhos e esperanças...Comigo ele tentou, mas não conseguiu!"

Portal Oncoguia é só clicar no link abaixo:

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Dor + Dor

Olá guerreiros,
Eu quero começar, explicando a primeira parte do título desse post: Dor
Hoje fui fazer o exame tão temido (por mim) biópsia de medula óssea. Eu sempre tive medo desse exame mesmo antes de saber do linfoma e quando eu soube que teria que fazer corri atrás de informações. Algumas guerreiras o descreveram como "tranquilo". Sorte delas porque comigo não foi, infelizmente. Li em um site que parecia a dor de um parto normal e em um blog li que na hora não doia e que só ficava dolorido pós procedimento como uma cesariana. Então eu já sabia a dor que ia sentir, uma vez que já vivi as duas experiências. Posso garantir que o exame pra mim não pareceu com nenhuma das duas experiências. Considerando que cada grávida tem suas peculiaridades. Esperando ansiosa minha vez na porta da sala do procedimento eis que surge um rapaz que já está em tratamento e em poucas palavras que trocamos ele disse assim: "não vou te enganar, dói muito".
Fiquei desesperada e entrei. Deitei de bruço e o médico logo avisou: "vou tirar um pedaço do teu osso da bacia ta?" Ok! Até porque eu tinha ido lá pra isso, rsrs...
A agulhada é tranquila, anestesia local, mas quando extrai o osso realmente dói e é no mínimo estranho e desconfortável. Mordi o travesseiro e chorei mas ali tinha muita coisa envolvida, medo, nervosismo e enquanto o médico preparava tudo pra começar passou um flash na minha cabeça de tudo que já vivi desde os primeiros dias quando passei mal e fui para o Pronto Socorro até descobrir que não era só uma virose. Ali deitada com o rosto enfiado no travesseiro pedi pra Deus forças pra aguentar porque aquele era o ultimo procedimento que eu estava fazendo. Pronto, acabou! Respirei fundo e limpei o rosto. O médico sentou e fez o pedido dos exames de rotina pré sessão de quimioterapia. Então é isso... estou me despedindo desses dias de dores com exames, procedimentos e a dor que o inimigo Hodgkin me faz sentir no peito. De hoje em diante a dor é outra, quem sabe, das reações da quimioterapia. Mas tou preparadíssima. Resumindo o exame: Dói guerreiras, mas é suportável.
Explicando a segunda parte do título desse post: + Dor
Agora que já estou a um passo de iniciar o tratamento e será perceptivel as reações, achei que fosse o momento certo de contar a minha filha Gabrielle. E vou resumir pra não começar a chorar denovo. Ela tem 11 anos e ja entende e conhece a doença. Tentei fazer da melhor maneira, mas pra isso não existe melhor maneira. Só Deus sabe a dor no meu coração quando ela pediu que eu não morresse porque ela não sabia se ela ia aguentar. E mais uma vez eu agradeço a Deus que EU estou passando por isso, que EU adoeci, que EU estou com câncer, porque se fosse em uma das minhas duas meninas eu não aguentaria. E infelizmente essa dor que ela sentiu com a notícia eu não pude evitar mas juro que se pudesse o faria.
Ela ainda acha que sou a mulher maravilha pra ela e acredita que eu sou capaz de mover montanhas. Mas não sou não, sou forte e tenho fé, muita fé e quem vai mover montanhas é Deus e é com ele que eu caminho, rumo à cura. E poder seguir o curso da vida com minhas filhas, continuar criando, educando, amando e sendo feliz ao lado delas.
A guerreira e as guerreirinhas!